26/03/2014 - Comissão de Saúde vai aguardar documentos sobre denúncias no Hospital São Camilo

Comissão de Saúde vai aguardar documentos sobre denúncias no Hospital São Camilo

Cópias dos contratos, escalas de plantões, projetos de captação de recursos e lista dos profissionais que atuam na emergência, estão entre os documentos

 
       A Comissão de Saúde da Câmara de Vereadores de Esteio vai aguardar os documentos da Fundação Hospital São Camilo, sobre as supostas irregularidades apontadas pelo médico e ex-funcionário, Élio Antônio Bosa, na insituição. Entre eles estão: cópias dos contratos, escalas de plantões, projetos de captação de recursos e lista dos profissionais que atuam na emergência. A medida foi adotada ontem (25), à tarde, depois de quase duas horas de reunião conduzida pelo presidente da Comissão, vereador Leonardo Pascoal (PP), com a presença dos vereadores Jaime da Rosa(PSB), Michele Pereira PT), Harri Zanoni (PSB), Jane Battistello(SDD), Beatriz Lopes(PT) e Rafael Figliero(PTB), e a direção técnica e administrativa da Fundação São Camilo, o médico Marcelo saldanha e Tatiane Dela Pase, respectivamente, devido à divergências de informações.
      O médico, que trabalhava desde 1998 no hospital, disse, em reunião no último dia 11 à comissão, que vários projetos para captação de recursos junto ao Estado e à União perderam prazo. Denunciou, inclusive, a falta de uso do bloco cirúrgico; escalas médicas inviáveis nos finais de semana, o que estaria deixando os profissionais com excesso de horário, causando problemas no atendimento; bem como criticou a colocação de médicos recém-formados para atendimento na emergência.
Durante debate, o diretor técnico da fundação, Marcelo Saldanha, defendeu a decisão de afastar o médico em função do excesso de faltas aos plantões - ao todo três quintas-feiras e um final de semana. Além disso, Saldanha, mesmo elogiando a postura do médico e seu profissionalismo, alegou ter realizado uma longa avaliação da situação das escalas dos plantões, dos quais Bosa era responsável, e que não teria recebido nenhuma informação sobre suas faltas. Também relatou que Bosa estaria a frente do projeto da Rede Cegonha, do governo federal, mas que ele não participava, efetivamente, das discussões. " O responsável pelo programa Saúde da Mulher do RS, Fernando Anschau, alertou que a UTI Neonatal corria o risco de ser descredenciada", discorreu Saldanha. Sobre as faltas, Bosa relatou que entregou ao diretor técnico os documentos com as informações dos plantões. Também informou que assumiu cargo do concurso público no Hospital Conceição e, por esta razão, não faria os plantões nas quintas-feiras. "Nenhuma vez deixei o plantão a descoberto", disse. Saldanha reconheceu, ainda, o excesso de horas dos plantonistas e garantiu que esta situação está sendo normalizada e afirmou que a emergência está sendo reorganizada, através salas coloridas para cada situação, (laranja para problemas sérios e riscos de morte) e que estgá tentando aumentar o efetivo de médicos. "Na sala laranja, os pacientes são avaliados por médicos mais experientes", destacou. Sobre a falta de uso do bloco cirúrgico, Saldanha apontou que a fila de espera é pequena e que o bloco aguarda a reforma no telhado, que tem custo de R$ 800 mil. Além disso, informou, também, que o hospital está operando na área de proctologia e que aguardam a Consulta Popular para conquistar uma torre de vídeo. O diretor disse, ainda, que há uma equipe que está realizando, desde o ano passado, a revisão dos contratos, inclusive o da urologia, e todos estão sendo regularizados.
        Também sobre os projetos, a diretora administrativa, Tatiane Dela Pase, reconhceu que alguns projetos não tiveram êxito devido a falta de esforços necessários e que é muito difícil a captação de recursos. "Estamos com outros projetos, a exemplo da reforma através do plano arquitetônico. Temos um contrato de R$ 1.200 mil de incetivo à UTI Neonatal e estatemos ampliando de cinco para dez leitos pediátricos. São ações junto ao governo do estado", disse.
        Para o presidente da Comissão de Saúde, a ideia é juntar, num prazo de 30 dias, toda a documentação. "Não cabe a Comissão o papel de julgar. Estamos buscando esclarecer os fatos, já que a Comissão é um órgão político. Caso, após análise da documentação recebida, a Comissão identifique evidências das possíveis irregularidades denunciadas, levaremos estas informações aos órgãos competentes para abertura de investigação", disse
Por Terezinha Bobsin reg prof MTb/RS 7156 
Foto Andressa Michels - estágio jornal