31/07/2012 - Relatório de recursos do SUS é tema de audiência na Câmara de Esteio

O secretário de Saúde, José Antônio Silveira, entregou na tarde de ontem (30) à Câmara de Vereadores, o relatório de gestão dos recursos do SUS referente ao primeiro trimestre de 2012. Na oportunidade, o secretário respondeu aos questionamentos dos vereadores, acompanhado da Diretora Administrativa da Fundação de Saúde Pública São Camilo de Esteio, Liege dos Santos Jesus. Dentre as questões levantadas pelos vereadores, discutiram-se os problemas da falta de médicos, melhoria de salários e orientação aos usuários quanto ao número de fichas distribuídas na rede básica.

    Para o vereador Luiz Duarte (PTB), um fator fundamental a ser considerado na questão da falta de médicos é a fiscalização do cumprimento de horários dos profissionais. “Sabemos que muitos médicos não cumprem a carga horária de trabalho, chegando a atender 16 pacientes em uma hora, e essa conduta só pode levar a insatisfação dos usuários. Há outros fatores que precisam melhorar na área da saúde, porém é fundamental  que ofereçamos à comunidade um atendimento responsável”, disse.  Silveira afirmou não possuir, no momento, a quantidade de médicos que atendem em cada posto de saúde, mas garantiu que há os atendimentos dos clínicos, dos ginecos e pediatria. Duarte ressaltou  que não acha correto a forma de atendimento. "O médico chega às 9horas e sai às 10 horas. Não temos cumprimento de regra de horários. Silveira disse que não consegue fazer com que os médicos cumpram o horário pagando R$ 22,00 a hora, salientando ser um problema nacional.

    A vereadora Michele Pereira (PT) perguntou ao secretário quanto ao número de fichas disponibilizadas na rede básica, solicitando uma melhor orientação por parte dos atendentes para evitar que as pessoas fiquem peregrinando de posto em posto em busca de atendimento. Conforme o secretário, o processo de territorialização do atendimento ainda está em andamento. "A equipe das Unidades de Saúde estão passando por um processo de adaptação. O acolhimento não resolveu a falta de médicos, mas evidencia os problemas para que possamos resolvê-los. As queixas específicas devem ser encaminhadas à secretaria para que saibamos o que está acontecendo. Entretanto, não temos recebido as denúncias", destaca. Silveira também registrou que os moradores podem fazer denúncias pelo 136, que é a Ouvidoria Nacional do Sus. "A reclamação vai chegar à secretaria", afirma. Michele destacou, ainda, que os problemas da falta de acolhimento ocorrem, conforme denúncia de moradores, na US Planalto.

    Já presidente da Comissão de Saúde, Tânia Marli Rodrigues (PTB),  falou sobre a necessidade de melhores salários aos profissionais, e sugeriu à Secretaria de Saúde que inicie a campanha de vacinação da gripe – no próximo ano – com antecedência. Além disso, a vereadora destacou alguns aspectos positivos, como o bom atendimento por parte de alguns profissionais, destacando que o bom atendimento começa no acolhimento. “Nós temos que falar também das coisas boas, por exemplo o acolhimento de alguns enfermeiros, que deveria servir de exemplo para todos. Porque a atenção que se dá a quem chega para receber atendimento é muito importante para eles”, falou. Sobre as vacinas da gripe, o secretário afirma que foram 25 mil imunizações no município.

 Dados:  Conforme o relatório, que inclui os meses de janeiro a março, foram 25 mil atendimentos somente com consultas em atenção básica. "O idelal seria 35 mil consultas por trimestre, mas  o problema maior é a falta de médicos para se chegar a este número", defende  o secretário. O total geral é de 85.318 procedimentos na rede municipal de saúde

Por Méurin Fassini - estágio Jornal

Edição: Terezinha Bobsin - reg prof MTB 7156