Câmara de Esteio analisa relatório de Gestão dos recursos do SUS

A vereadora Michele Pereira (PT) iniciou perguntando ao secretário se as políticas de territorialização e acolhimento continuam vigorando nas unidades de saúde do município e como está se dando o processo de transformação da Fundação São Camilo para 100 % SUS. De acordo com o secretário, a intenção da gestão é dar continuidade e fortalecer essas políticas. “Estamos gestando mudanças internamente para dar condições de acesso às especialidades sem que os usuários tenham de se locomover a distâncias muito grandes”, disse enfatizando que o usuário que não é atendido por falta de profissional é encaminhado, pela equipe de acolhimento, a outra unidade que ofereça o atendimento que ele precisa, porém os vereadores relataram diversas situações que chegam aos gabinetes em que isso não acontece.

Sobre a passagem para o programa 100 % SUS , que começa a vigorar a partir do dia 21 de março, o secretário disse que o custo operacional, orçado em torno de R$ 42 milhões, será repassado mediante a adesão de algumas linhas de cuidado, rede cegonha, atendente de gestante de alto risco, e a apresentação de contas abertas e detalhadas de todos os custos do hospital, servidores, medicamentos.

O presidente da Casa, Jaime da Rosa (PSB) relatou um caso ocorrido no último final de semana em que não havia pediatra nem na Fundação nem na Unidade Claret. ““Normalmente não tem pediatra no final de semana , e isso tem sido constante. E eu pergunto como é que o povo fica nessa situação? Se nós somos compradores deste serviço , nós temos que exigir que tenha o serviço, tem que fiscalizar a freqüência dos profissionais”, falou questionando o cumprimento da carga horária dos médicos. A afirmação foi reforçada pelo Presidente do Conselho Municipal de Saúde, Luiz Antônio: “O grande problema em Esteio e em outros municípios são os médicos que são contratados para trabalhar quatro horas, e eles atendem os 16 ou 20 pacientes em uma hora e vão embora”, ressaltou.

O vereador Harri Zanoni (PSB) lembrou também da falta de médicos geriátras no município. "O Executivo deveria se preocupar em dar mais atenção aos idosos, já que a qualidade de vida melhorou e a população de idosos está cada vez maior, mantendo pelo menos um profissional geriatra em cada posto", falou.

O secretário falou que com a construção da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) o problema de superlotação que enfrenta a Fundação São Camilo deve ser solucionado, e a rede de saúde do município funcionará dentro de uma lógica mais efetiva. “O projeto da UPA já está aprovado. Esse mês deve passar uma resolução onde o Estado vai aportar R$1 milhão para finalização o valor global da construção, o que vai desafogar os atendimentos na Fundação”, disse.

Ainda dentro das medidas pensadas para as melhorias na área da saúde, de acordo com o secretário, está a ideia de implantar na Unidade de Saúde Claret, uma Unidade de Atenção básica e um Centro de Especialidades.

Sobre os dados apresentados no relatório, o vereador Leonardo Pascoal (PP) sugeriu ao secretário a possibilidade de redução dos valores gastos com a locação de imóveis, que de acordo com o relatório chegam a R$50 mil mensais. “Creio que é possível ter um melhor aproveitamento das propriedades da prefeitura municipal”, disse o vereador. Paludo disse que já está revendo alguns contratos de aluguéis, mas argumentou que todos os programas de Saúde lançados exigem estruturas físicas específicas para funcionamento, como a lei da acessibilidade. A audiência contou ainda com a presença dos vereadores Rafael Figliero (PTB), Beatriz Lopes (PT), Jane Battistello (PDT), Leonardo Dahmer (PT), presidente da casa Jaime da Rosa (PSB).