Moradores do Novo Esteio não querem usina de reciclagem no bairro

Moradores do Novo Esteio não querem usina de reciclagem no bairroProjeto do Executivo ficará em tramitação na Câmara até que todas as alternativas sejam analisadas

 
14/11/2013 - Os moradores do Novo Esteio estão insatisfeitos com o projeto de iniciativa do Executivo que pretende a instalação de uma usina de reaproveitamento de resíduos sólidos (restos de obras e podas de árvores) no bairro, na rua Monteiro Lobato, junto aos trilhos do trem, através de concessão de área. Em reunião na tarde de ontem(13), chamada pela Comissão de Saúde, Meio Ambiente e Assistência Social, integrada pelos vereadores Leonardo Pascoal(PP), Harri Zanoni e Michele Pereira (PT), no Plenário, os secretário de Obras e Meio Ambiente, José Luiz da Silva e Vamir da Silva, respectivamente, explicaram por mais de três horas a matéria a uma comissão de moradores do bairro e vereadores, a implantação de um plano municipal de gerenciamento de resíduos da construção civil e resíduos volumosos. Na oportunidade, o secretário apresentou um vídeo explicativo sobre o processo de britagem de Belo Horizonte.
Para os moradores, o município deve estudar um outro local para a instalação da usina, mas o secretário garante que não há outro lugar. "Pretendemos buscar uma solução para a comunidade quem, hoje, não tem onde descartar estes materiais", disse. Ele também afirmou que Esteio não possui área regulamentada pela Fepam para descarte, apenas no lixão de Gravataí. "Vamos disciplinar a coleta, o transporte e o reaproveitamento destes resíduos, visando evitar danos ao meio ambiente", relatou. Silva também explicou que haverá processo licitatório para o serviço.

Para Silva, a usina vai trazer melhorias para a cidade, além de cumprir a legislação ambiental que prevê o gerencimento de resíduos sólidos em âmbito municipal até 2014. " A contrapartida do município serão a capacidade técnica e de trabalho, gerando limpeza da cidade", disse. Além disso, a instalação de quatro ecopontos - três propostas da administração, também servirá como compensação. Segundo a moradora Sandra Nunes, o projeto não está completo. É preciso o parecer de um órgão técnico, pois já sofremos com implantação da Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), com as obras da BR 448 e, agora, com a nova usina de reciclagem de resíduos", disse. Além disso, ela questionou a distância das residências, o tráfego intenso na avenida Celina Kroeff e a poluição sonora."Tudo isso vai influenciar no Novo Esteio", reclamou.

Conforme o vereador Jaime da Rosa(PSB), a grande preocupação é com o impacto ambiental e com ruído. O presidente da Câmara também destacou que existe uma área atrás do Parque Assis Brasil, na Celina Kroeff que poderia ser utilizada para tal fim. Ele também falou do monopólio das caçambas. "Cada caçamba de entulho custa, em média de R$ 100,00 a R$ 120,00", destacou.     

Já o vereador Leonardo Dahmer(PT), acredita que a proposta é avançada e moderna para atender as necessidades ambientais. Conforme o presidente da Comissão de Saúde,Leonardo Pascoal, o projeto não receberá parecer da comissão, antes de receber uma análise textual detalhada dos artigos. Além disso, os vereadores vão solicitar ao Executivo um estudo de local alternativo para a instalação da usina, bem como um parecer do Conselho Municipal de Meio Ambiente sobre a matéria. Também será agendada uma visita à usinas da região para conhecimento. "O projeto ficará sob tramitação até que todas as dúvidas sejam esgotadas. Não daremos parecer", disse. Pascoal alertou, ainda que, o projeto pode entrar em regime de urgência. "Espero que o Executivo não solicite urgência à matéria, até que busquemos todas as informações", pediu.
Por Terezinha Bobsin.