Seminário vai abordar a rede de proteção para pessoas em situação de risco em Esteio

05/06/2019 - A discussão sobre a rede de proteção para pessoas em situação de rua deverá ser ampliada em seminário a ser realizado ainda sem data definida. A decisão foi tomada ontem(4), na Câmara Municipal durante reunião chamada pelas comissões de Saúde e Direitos Humanos, integrada pelos vereadores Leo Dahmer (PT), Mário Couto (PDT) e Rute Pereira (MDB) e que contou com representantes do Executivo e entidades ligadas à assistência Social.  A ideia, segundo Dahmer, é discutir se a rede de atendimento é suficiente e quais são seus braços, considerando, inclusive, se a República Juntos por Esteio, criada pela governo municipal, vem atendendo a necessidade destes moradores.  Para ele, que conduziu a reunião, a república é a etapa final de uma rede que já teve o Centro de referência especializado para população em situação de rua  (Centro POP), que prestava serviços de acolhida a moradores em situação de rua e realizava encaminhamentos para a rede de atendimento do Município que prestavam serviços na área de saúde, educação e habitação, e que atualmente está fechado.

 Na oportunidade, com a presença do presidente da Câmara, Euclides Castro (P), além dos vereadores Fernanda Fernandes (PP), Ari Zanoni (PSB) e Sandro Severo(PSB), entidades envolvidas na área de assistência social questionaram o fechamento do Centro POP; as políticas adotadas para este segmento da sociedade e a criação da República Juntos por Esteio, que não teria passado por aprovação pelo Conselho Municipal de Assistência Social, de acordo com o   integrante do Fórum Estadual do Conselho dos Usuários do Suas, Richard Campos, que foi morador de rua e aluno da antiga Associação de Meninos de Esteio(Ame). "Gostaríamos de estar discutindo a ampliação dos direitos das pessoas em situação de rua. Não a retirada destes direitos.  O que nos mobilizou foi também o fato ocorrido em 5 de maio com a moradora de rua que levou um balde de água no corpo enquanto dormia.  A  Republica é a porta de saída do serviço, depois da garantia de um atendimento básico e o acompanhamento de uma equipe técnica. Ter uma Republica sem o Centro POP é praticamente inútil neste modelo. É preciso ter manter a porta de entrada, que era o Centro POP", falou.

Para o  presidente do Conselho Estadual de Assistência Social, Marcelo da Silva, que leu um manifesto do órgão, o Conselho vem tentando sensibilizar o governo municipal  para a situação, especialmente sobre o fechamento do Centro POP. “Em Esteio existem aproximadamente 120 pessoas em situação de rua, conforme dados da própria Prefeitura, menos de 10 pessoas estão nesta República, o que evidencia e desastre dessa política”, destaca.

Segundo a Assistente Social do município,  Katiane Marques, existe um serviço de proteção realizado pela República, que possui dez vagas, com atendimento psicológico; assim como são realizadas abordagens e a busca para a retomada de vínculos familiares, tudo realizado em parceria com a secretaria de Saúde. Ela também anunciou que, em breve, será lançado um restaurante popular.

Também a secretária de Cidadania, Trabalho e Empreendedorismo, Tatiana Tanara, o problema é mundial. "Criamos uma rede em outro formato e todos os encaminhamentos, inclusive para o conselho, foram tomados. Se houve alguma falha, vamos responder por isso", disse. Ainda destacou que o POP foi fechado. A abordagem de rua , com lanche, com o CREAS apoiando, além da abertura do restaurante popular, teria sido o planejamento. "Precisamos de um tempo para que o novo processo funcione", alegou, destacando que o número de moradores de rua está projetado em 120. 

O seminário, com a participação de todas as entidades ligadas à assistência social, deve ser marcado nas próximas semanadas.

Por Terezinha Bobsin - reg prof MTb/RS 7156

 


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